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 Rosas
 
                         Rosa! És a flor
                        mais bela e mais gentil     Entre as flores
                        que a Natureza encerra;    Bendito sejas tu,
                        ó mês d'Abril    Que de rosas
                        inundas toda a terra!    Brancas, vermelhas
                        ou da cor sombria    Do desespero e do
                        pesar mais fundo,    Sois símbolos
                        d'amor e d'alegria    Vós sois a
                        obra-prima deste mundo!    Ao ver-vos tão
                        bonitas, tão mimosas    Esqueço a minha
                        dor, minha saudade    Pra só vos
                        contemplar, ó orgulhosas.    Eu abençoo então a
                        Natureza,    E curvo-me ante
                        vós com humildade    Ó rainhas da graça
                        e da beleza!   
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                        VAIDADE 
                         Sonho que sou a
                          Poetisa eleita,    Aquela que diz
                          tudo e tudo sabe,    Que tem a
                          inspiração pura e perfeita,    Que reúne num
                          verso a imensidade!    Sonho que um
                          verso meu tem claridade    Para encher todo
                          o mundo! E que deleita    Mesmo aqueles
                          que morrem de saudade!    Mesmo os de alma
                          profunda e insatisfeita!    Sonho que sou
                          Alguém cá neste mundo...    Aquela de saber
                          vasto e profundo,    Aos pés de quem
                          a terra anda curvada!    E quando mais no
                          céu eu vou sonhando,    E quando mais no
                          alto ando voando,    Acordo do meu
                          sonho... E não sou nada! 
                      
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                          SER POETA
   
                        
                          
                             Ser
                              Poeta é ser mais alto, é ser maior    Do que os
                              homens! Morder como quem beija!    É ser
                              mendigo e dar como quem seja    Rei do Reino
                              de Aquém e de Além Dor!
                                   É ter
                              de mil desejos os esplendor    E não saber
                              sequer que se deseja!    É ter cá
                              dentro um astro que flameja,    É ter garras
                              e asas de condor!    É ter
                              fome, é ter sede de Infinito!    Por elmo, as
                              manhãs de oiro e de cetim...    É condensar
                              o mundo num só grito!    E é
                              amar-te, assim, perdidamente...    É seres alma
                              e sangue e vida em mim    E dizê-lo
                              cantando a toda a gente! 
                      
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