Hybris
- Sentimento que conduz os heróis da
tragédia à violação da ordem estabelecida
através de uma ação ou comportamento que se
assume como um desafio aos poderes
instituídos (leis dos deuses, leis da
cidade, leis da família, leis da natureza).
Pathos -
Sofrimento, progressivo, do(s)
protagonista(s), imposto pelo Destino (Anankê)
e executado pelas Parcas (Cloto, que presidia
ao nascimento e sustinha o fuso na mão;
Láquesis, que fiava os dias da vida e os seus
acontecimentos; Átropos, a mais velha das três
irmãs, que, com a sua tesoura fatal, cortava o
fio da vida), como consequência da sua
ousadia.
Ágon -
Conflito (a alma da tragédia) que decorre da hybris
desencadeada pelo(s) protagonista(s) e que se
manifesta na luta contra os que zelam pela
ordem estabelecida.
Anankê -
É o Destino. Preside às Parcas e encontra-se
acima dos próprios deuses, aos quais não é
permitido desobedecer-lhe.
Peripécia -
Segundo Aristóteles, "Peripécia é a
mutação dos sucessos no contrário". Assim,
poderemos considerar um acontecimento
imprevisível que altera o normal rumo dos
acontecimentos da ação dramática, ao contrário
do que a situação até então poderia fazer
esperar.
Anagnórise (Reconhecimento)
- Segundo Aristóteles,
"o reconhecimento, como indica o
próprio significado da palavra, é a passagem
do ignorar ao conhecer, que se faz para a
amizade ou inimizade das personagens que estão
destinadas para a dita ou a desdita."
Aristóteles acrescenta: "A mais bela de todas
as formas de reconhecimento é a que se
dá juntamente com a peripécia, como,
por exemplo, no Édipo." O reconhecimento
pode ser a constatação de acontecimentos
acidentais, trágicos, mas, quase sempre, se
traduz na identificação de uma nova
personagem, como acontece com a figura do
Romeiro no Frei Luís de Sousa.
Catástrofe -
Desenlace trágico, que deve ser indiciado
desde o início, uma vez que resulta do
conflito entre a hybris (desafio da
personagem) e a anankê (destino),
conflito que se desenvolve num crescendo de
sofrimento (pathos) até ao clímax
(ponto culminante). Segundo Aristóteles, a catástrofe
" é uma ação perniciosa e dolorosa, como o são
as mortes em cena, as dores veementes, os
ferimentos e mais casos semelhantes."
Katharsis (Catarse) - Purificação das emoções e paixões
(idênticas às das personagens), efeito que
se pretende da tragédia, através do terror (phobos)
e da piedade (eleos) que deve
provocar nos espectadores.